quinta-feira, 29 de março de 2012

Sobre adolescência – e as coisas que a gente vai se lembrar para sempre

É engraçado como uma ideia para um post surge sempre de conversas banais…

Tava conversando com a Kira pelo twitter hoje (Kira é Isabela Kanupp, editora do blog Para Beatriz e a @maedemerda no twitter) sobre moletom e lembrei de fatos gostosos de lembrar da minha adolescência.

Falei para ela: adolescência é aquela fase em que você faz coisas das quais vai se orgulhar para sempre.

Claro que a gente faz burradas, escolhas erradas, namora carinhas que prefere esquecer que namorou/ficou. Mas também faz coisas tão legais e gostosas que valem tanto a pena recordar…

Quando eu tinha uns 14, 15 anos, fugia da escola para ir à praia. Mas não ia sem avisar, não. Combinava com a minha cúmplice: eu falo que tô passando mal, tu fala que vai me levar em casa, daí a gente vai em casa, fala que não tem mais aula e vai pra praia. Era assim mesmo. Nossos pais sabiam onde estávamos. E naquela época não tinha esse negócio de “aprovação automática” que tem hoje em dia não. A gente se matava de estudar depois. Mentira, a gente era inteligente “paburro” e não precisava dessas coisas.

Mas o fato é que a gente não cabulava aula assim, à toa… eram as aulas chatas, dos professores chatos, que repetiam a mesma matéria milhares de vezes e mimimi.

Daí eu mudei de escola, e mudei de cúmplice. Foi na minha fase “sou grunge limpinha”. Usava calça jeans rasgada, camisa de flanela amarrada na cintura e presilhas mil nos cabelos. Tinha um All Star pintado de verde, que depois foi pintado de preto, e colava silvertape dos skatistas na sola para durar mais (quem nunca?).

16 anos… era bicicleta o dia todo. Era magra que dava pra ver através da minha cintura. O cabelo era vermelho “água de salsicha”. Saía de casa 6h40 da manhã, fizesse sol ou nuvens (se chovesse, tinha q sair mais cedo, pq tinha que pegar lotação), de bicicleta, pedalava até a casa de um amigo, largava a bike lá e ia pra escola a pé. N’outra época, levava a bike pra escola mesmo. Carregava o violão – e o caderno ia na bolsa dele.

Cabulávamos em bando as aulas de física – gente, era chato demais, até hoje não sei a função daquelas aulas… – para comer pastel na feira e tomar Coca-Cola de 2 litros dividindo o gargalo. Era uma orgia gastronômica. Praticamente beijando a galera por tabela.

Para isso, a gente tinha que pular o muro da escola, de 2 metros de altura. Até hoje não entendo como é que eu fazia isso!!! Sou a  mais medrosa, gente!

Nessa mesma fase, e foi daí que saiu a lembrança para esse post, fazia frio demais logo cedo, e eu acordava 6h da madrugada, então eu dormia de calça jeans, camiseta, agasalho e de manhã só calçava o tênis, penteava os cabelos, passava batom e lápis nos olhos e tava pronta p/ sair. Sem essa de tomar banho quando acordava. MUITO frio.

Passava a manhã toda com esse pessoal, pois ainda assim nos encontrávamos de tarde. Eita amizade boa. Ainda temos contato até hoje.

Pouco antes desses tempos, eu era um grude só com a minha prima Fê. Esses dias achei umas agendas antigas e era um tal de “fui na casa da Fê, a Fê veio aqui. A Fê veio aqui, fui na casa da Fê.” E quando fizemos curso juntas? Pegávamos dois ônibus lotados, balançantes, e cheios de gente estranha. E o melhor é que não precisávamos falar nada para entender o que a outra estava pensando. Ô coisa boa. Essa conexão ainda permanece também. Mas não conseguimos mais ter a agenda com “A Fê veio aqui, fui na casa da Fê” dentro do mesmo dia… Smiley triste

E isso tudo, vocês estão lendo e se perguntando: e será que ela vai ter coragem de falar pro filho que ela cabulou aula de física, e que pulava o muro da escola para comer pastel, e que ficava tocando violão e dançando na porta da sala de aula? E eu respondo: vou.

Ele precisa saber que amizade de verdade é para sempre. E que amigos de verdade ficam juntos para sempre, “mesmo que o tempo e a distância digam não”. Mesmo que a gente viva em mundos diferentes hoje em dia, o amor e o respeito mútuo ainda existem.

E que quando a gente vive as coisas de verdade, não há motivos para se arrepender.

Não sei converter Volts em Joules ou Ampéres, mas quem liga? Sr Google me ajuda. Não sou eletricista, não preciso saber. Nunca cabulei uma aula sequer de Língua Portuguesa.  E isso me ajudou a escrever como escrevo hoje. Adorava as aulas de história, e desde essa época assino a SuperInteressante, que é para ter sempre assuntos diversificados na pauta do dia – e porque eu adoro ciência apesar de odiar física e química na escola.

Então, quero que meu filho entenda que: 1 – se você fugiu da escola para ir a outro lugar, a mãe deve saber onde você está. 2 – se você fugiu da escola para comer alguma coisa, permaneça perto da escola (eu ficava na porta, esperando abrir para eu buscar minha bike! hihi).

No fim, não éramos tão irresponsáveis assim… não bebia, não fumava, não fazia nada de ilegal. Nunca machuquei ninguém, e nunca briguei na escola. Tive uma adolescência deliciosa, não chegava em casa depois das 22h, e sempre obedeci minha mãe.

Ótimo exemplo! hahaha

E você? Tem coisas boas e “contáveis” sobre a sua adolescência?

 

PS: Não postei fotos porque elas não estão escaneadas…

PS2: Tem muitas outras coisas, mas já escrevi demais por hoje