sábado, 20 de novembro de 2010

Me irrita - ou Não somos nada

Hoje tô num dia péssimo... e não adianta querer que eu melhore.
A mãe de uma amiga acabou de falecer.
E isso me irrita.
Somos amigas há 8 anos. Nossos pais se conhecem há quase 30 - meu pai e o dela trabalharam juntos, fomos vizinhas na infãncia, mas não nos conhecíamos até trabalharmos juntas.
MaGé, Maria, Angel... ela foi uma incentivadora do meu relacionamento com o Daniel, e ainda vai ser madrinha do nosso casamento no Civil. Vai assinar como testemunha de que estamos juntos para tudo o que vier.
E é por isso que hoje meu dia tá assim... bege, sem graça, nublado e frio.
Eu tinha acordado num ritmo bom... ia costurar várias coisas pro Diogo, fazer almoço, sair pro mercado. Aí recebo essa bomba.
Uma pessoa tão nova, prestes a aposentar do trabalho de professora, com uma neta linda de pouco mais de 1 ano, 3 filhos saudáveis, a mais velha (minha amiga) se formando, terminando estágio, TCC e voltando pra casa (ela mora em Ponta Grossa há quase 5 anos) engenheira de alimentos.
E aí vem essa explosão.
AVC no meio da missa de sétimo dia de uma amiga do trabalho. UTI, 6 paradas cardíacas, entubada, medicada, sedada.
O cérebro parou e a família agora tem que decidir que hora desligar os aparelhos.
Isso me irrita!
A gente vive a vida para trabalhar, correr atrás de coisas que nos estressam. Aí a gente nem vê a vida passar, nem vive direito, nem morre direito. Porque de uma hora pra outra... puf!
Eu tava aqui, e já não tô mais!!!
Como pode isso???
Não tô revoltada não, viu? Só irritada com nós mesmos, seres humanos.
Deus sabe o que faz, e ele não nos chama pro Seu serviço em vão. Se acabou a missão dela, acabou. Ela foi cumprir missão nova em outro lugar.
Mas a família fica órfã... e minha missão agora é apoiar minha amiga. Dar meu colo, meu carinho, e ajudá-la a secar as lágrimas que cairão, não só de seus olhos, mas também dos meus.
E eu vou guardar a imagem da Arlene abençoando minha barriga, e abraçando a neta com amor nos olhos azuis.
Porque é assim que devemos lembrar das pessoas. Em seus momentos mais bonitos.
Só me irrita mesmo a gente não saber quando as pessoas irão embora.
Mas é por isso que devemos sempre abraçar nossos entes queridos, dizer que os amamos, e o quanto são importantes pra nós.
Nunca teremos tempo de fazer isso o número suficiente de vezes. Mas o quanto fizermos será o bastante para nosso coração ficar em paz.

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